Cap. 2 - Cinema

Passei a tarde pensando em como seria o cinema à noite com a Demi, a tarde se arrastou de uma maneira cansativa e monótona. Não se passavam das 16hrs quando resolvi me arrumar – desnecessariamente, só sairíamos de casa às 19hrs. Abri a água quente do chuveiro e esqueci da vida, só sai quando percebi que já estava escurecendo e que provavelmente Nick viria tomar banho. Tive um cuidado imenso ao escolher minhas roupas, eu queria parecer apresentável, ainda mais perto de uma menina tão linda quanto a Demi. Acabei vestindo o mais novo jeans que comprara na ultima semana, e minha camiseta vermelha simples. Depois de me arrumar, sentei-me impaciente na cama esperando Nick terminar de tomar banho, já estava quase na hora de irmos buscar as meninas, e ele mais parecia uma marica quando se tratava de se arrumar para encontros. Quase meia hora depois o ser abençoado me sai do banho para se arrumar, irritado, desci e sentei no sofá da sala para esperá-lo.

Depois de pegarmos o dinheiro e ter avisado nossos pais, saímos para encontrar as meninas na casa de Miley. Assim que paramos o carro, antes mesmo de nos descermos, as duas passaram pela porta juntas e vieram em nossa direção. Nick parecia hipnotizado olhando para Miley, no entanto eu não tive tempo de notar se ela realmente estava linda assim. Demi estava linda – linda não, linda é só apelido perto de tanta perfeição. Notei que minha boca se abriu, me debati mentalmente para me lembrar de como fecha-la. Sai do carro sem tirar os olhos dela, dei a volta e abri a porta para elas entrarem, as cumprimentei rapidamente e voltei para meu lugar assim como Nick, hipnotizado.

O caminho até o cinema não era longo, e mesmo assim passamos o caminho inteiro em silêncio, apenas com o ruído baixo do motor e o barulho do ar condicionado.

-Que filme vamos assistir? – Miley perguntou enquanto descíamos do carro.

-Pânico 4 – Demi disse com uma risadinha.

-Para ver Joe gritando como uma menininha? – Nick zombou de minha cara.

-Ou quem sabe me ver correndo com um gazela quando alguém for morto ¬¬’ – Demi soltou uma gargalhada extremamente alta e me deu um tapinha no braço, aquilo fez como que todo meu corpo de arrepiasse e eu sorrisse involuntariamente.

-Vamos comprar os ingressos – Eu disse ainda rindo.

A fila não estava muito grande, e enquanto eu e Demi comprávamos os ingressos, Miley e Nick foram comprar a pipoca e refrigerante. Eu olhava para Demi feito um idiota, eu simplesmente não conseguia piscar, ou pensar em algo coerente para dizer. Compramos os ingressos e fomos ao encontro de Miley e Nick, que já estavam na porta da sala que seria a nossa sessão, sem fazer muita cerimônia entramos e escolhemos nossos lugares na ultima fileira, sem segundas intenções, que isso!

-Você está tão linda – eu sussurrei para Demi, que se sentara ao meu lado.

-Obrigada – ela disse e corou abaixando a cabeça. – Quer pipoca? – ela disse tentando disfarçar.

-Quero – eu ri. As luzes se apagaram.

- Vai ser melhor do que eu imaginava – disse para mim mesmo.

-Hum? – Demi disse e me olhou.

-Nada – sorri sem graça.

Os trailers ocuparam quase uma hora de filme, aquilo estava começando a me irritar. Miley e Nick não paravam de rir – por nada, bem do jeito que retardados apaixonados fazem. Antes de anunciarem o começo do filme passei o meu braço em volta de Demi e ri, descarado. Queria tomar uma atitude, abraça-la, beija-la... Mas ao mesmo tempo tinha medo de ir rápido demais assusta-la. O que eu sentia por ela era diferente, eu nunca havia sentido algo igual, ou sequer parecido por qualquer pessoa antes. Mesmo achando que fosse cedo demais, eu sentia que era algo forte, só não sabia o que era.

Ao decorrer do filme vi Nick se assustar quase caindo da cadeira, eu fiz de tudo para não fazer muito escândalo, posso ser uma pessoa muito inconveniente quando se trata de rir. Demi me censurou com os olhos olhando para as pessoas que já me encaravam, mas depois suavizou a expressão e sorriu. Tomei coragem e coloquei minha mão direita delicadamente sobre a dela. Senti-a enrijecer, depois segurou a minha de uma maneira confortável e natural. Ela encostou a cabeça em meu ombro devagar, olhou para mim meio tímida e eu abri um sorriso largo satisfeito como resposta. Passei a mão em seu cabelo macio e olhei para a tela. Eu não prestava a menor atenção no filme, eu acariciava sua mão e massageava seu cabelo sem tirar meus olhos de seu rosto, seus olhos fixos no filme.

-Demi? – eu chamei sem mesmo o saber o porquê. Simplesmente precisava que ela me olhasse para que eu pudesse encarar diretamente seus olhos.

-Oi? – ela respondeu. A vontade falou mais alto do que a razão. Eu fechei os olhos e colei seus lábios nos meus. De inicio ela pareceu assustada, mas logo cedeu, passando a mão por minha nuca me puxando para mais perto. Passei minha mão para sua cintura e a deixei lá. Demi colocou a mão em meu rosto acariciando de leve, seu toque me fazia estremecer um pouco – o que me fez parar um segundo que fosse que pensar no que estava fazendo. Interrompi o beijo e a encarei sem saber o que dizer, ou o que fazer.

-Demi... Eu, eu... – sou um idiota – Me desculpe! – levantei da cadeira e sai o mais rápido que pude da sala sem se quer ver sua reação. Assim que passei pelas portas, sentei em uma das cadeiras do salão de espera. Com o silêncio era possível ouvir o barulho das pipocas estourando atrás do balcão do bombonieire, o cheiro era tentador. Levei um susto quando a porta da sala do cinema de onde eu saíra se abrira novamente.

-Joe? – Demi me chamou com a expressão confusa. – Está tudo bem?

-Não – disse sem graça com a cabeça ainda baixa. – Me desculpa?

-Desculpar o que? – ela disse sussurrou sentando-se ao meu lado. Eu a encarei sem reação. Demi riu.

-Eu te beijei – eu disse como se estivesse confessando algo que ela não soubesse.

-É... – ela abaixou a cabeça.

-Você não está com raiva? – perguntei feito um idiota. Imbecil.

-Não? – mas parecia uma pergunta. – Não, por que eu ficaria com raiva?

-Por que eu te beijei? – Ham?

-Não – sua gargalhada fez eco. Corei e sorri. – Joe – ela disse depois que o silêncio preenchia o lugar outra vez. Assim como ela fez no cinema, eu respondi e a encarei sorrindo. Demi sorriu para mim e eu a beijei de novo, afinal, não fazia mais sentido eu resistir. Eu continuei abraçado com ela sem nada dizer pensando se aquela sensação era tão boa para ela quanto para mim. Sua respiração em meu pescoço era de uma maneira estranha confortante para mim, passei a mão por seus cabelos e fechei os olhos esperando o tempo passar.

-Joe? – Demi me chamou ainda deitada em meu ombro. – O filme já acabou.

-É mesmo! – dei um pulo, sem tirar sua mão da minha, levantei e vasculhei a minha volta à procura de Nick e Miley.

-Não é melhor irmos para o carro e esperar eles lá? – Demi sugeriu. Eu assenti e assim fomos para o lado de fora. O nosso único probleminha: O carro não estava lá.

-Cadê o carro? – perguntei começando a ficar nervoso.

-Foi roubado! – Demi disse nervosa.

-O alarme teria disparado, e... – não, o Nick não teria ido embora, ele não estava com a chave – tateei os meus bolsos – Sim. Ele estava com a chave. – Foi o Nick – disse um pouco mais calmo e ao mesmo tempo ficando irritado.

-Não entendi – Demi me olhou confusa.

-Eles já foram embora. – eu disse sério. Ela começou a gargalhar.

-Sério? – Demi perguntou quando conseguiu parar de rir.

-Como eles deixaram a gente para trás se eu que vim dirigindo? – perguntei e ri junto com ela.

-Liga para eles – Demi disse e assim eu fiz. Nick atendeu com uma voz ofegante e senti que tinha interrompido algo. Eu ri.

-Já está em casa? – perguntei cínico.

-Ai cara! – ele resmungou – Onde vocês estavam? Eu juro, eu não vi vocês e achei que já tivessem vindo embora... Eu, ai... Estou indo ai buscar vocês.

-Ok – disse e desliguei rindo da situação.

-O que ele disse? – Demi me perguntou.

-Que está vindo nos buscar.

Era bom ele não demorar, o tempo estava começando a fechar e a esfriar e já estava ficando bem tarde. Senti Demi se encolher ao meu lado e a abracei forte para que não sentisse frio. Ela passou a mão por minha cintura e me puxou para mais um beijo.

-Desculpa interromper vocês – Nick disse e eu dei um pulo.

-Er... – Demi começou.

-Que lindinhos *o* - Miley riu.

-Vamos de uma vez – disse irritado pela interrupção.

-Ficou estressadinho é bem? – Nick soltou uma gargalhada que mais parecia um veado morrendo de caganeira.

-Pelo menos eu já tive coragem de beijar a menina que eu gosto – soltei sem pensar, Demi ficou vermelha ao meu lado.

-Não seja por isso – Nick riu e passou o braço em volta de Miley que se assustou e a beijou em seguida.

-OMG! – Demi riu.

-Nick! – Miley disse assustada e começou a rir.

-Eu te amo – ele a respondeu. Que gay.

-Awn – Demi suspirou. Miley ficou paralisada e Nick a beijou de novo. Eu beijei Demi por dois motivos, eu não seguraria vela de meu irmão mais novo, e eu de certa forma eu queria ter coragem de dizer a ela o que Nick acabara de dizer a Miley.

CONTINUA..